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Aberto prazo para emendas parlamentares ao Projeto da LDO

Audiência pública foi realizada nesta quinta pela Câmara de Maceió no Auditório da Associação Comercial

Niviane Rodrigues

quinta, 23 de agosto de 2018 às 15h00

Dicom/CMM

O Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2019 está aberto a emendas pelos vereadores na Câmara Municipal de Maceió até a próxima quarta-feira (29). Nesta quinta-feira (23), pela manhã, audiência pública realizada no auditório da Associação Comercial, em Jaraguá, debateu a lei e as propostas apresentadas por representantes da sociedade civil, lideranças comunitárias e dirigentes de entidades filantrópicas. Para o próximo ano, a LDO estima receita e despesa na ordem de R$ R$ 2.572.521.648.

A audiência teve a participação dos vereadores Antonio Hollanda (MDB), presidente da Comissão Permanente de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira, Tereza Nelma (PSDB), Silvania Barbosa (PRB) e Ana Hora (PSD), além de representantes do município.

Durante o encontro, o diretor técnico em Pesquisa da Câmara e especialista em Orçamento, Márzio Delmoni, fez uma explanação sobre os aspectos que compõem a LDO e destacou que a matéria é instrumento constitucional e estabelecerá as diretrizes para a Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele lembrou que a participação popular no debate foi de fundamental importância. “Essa audiência é discursiva, porque a de elaboração já foi promovida pelo Poder Executivo. A gente apenas mostra aquilo que o Executivo encaminhou para que as pessoas tenham conhecimento, analisem e possam dar as suas sugestões e com isso, fazer o acompanhamento e ajudar o Poder Legislativo a fiscalizar”, ele disse.

PARTICIPAÇÃO - A palavra foi aberta à participação de representantes de entidades e em seguida à população para apresentação de propostas e sugestões que embasarão as emendas parlamentares de acordo com as necessidades das comunidades.

Arísia Barros, do Instituto Raízes de Áfricas, cobrou maior espaço no orçamento público para ações voltadas à população negra. “Somos mais da metade da população. Quando falamos em orçamento, há um corte de espaços para os negros. É preciso entender que a cidade é plural”.

A promotora de Justiça Marluce Caldas destacou que o Ministério Público Estadual pensa prioritariamente nas políticas públicas, nas questões que envolvem a criança e ao adolescente. “Principalmente nós que estamos nas promotorias da infância. Há uma necessidade desse olhar para os jovens”, afirmou, ao falar sobre o papel dos vereadores na apresentação de emendas e remanejamento de recursos no orçamento que contemplem a juventude. Ela cobrou a construção de creches, de escolas e afirmou que neste sentido o Plano Municipal de Educação deve caminhar “pari passu” com a LDO.

Isadora Abadias, do Movimento dos Povos das Lagoas, cobrou um olhar diferenciado para a região, que segundo ela, apesar da importância histórica e econômica para Maceió e o Estado, ainda é negligenciada, e concentra bolsões de pobreza.

Maria Cícera Oliveira, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, disse que as maiores demandas que chegam à entidade pedem a construção de creches em todos os bairros, centros de atendimento a mulheres vítimas de violência e à população de rua. “Solicitamos aos vereadores que destinem emendas para o Conselho e o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente e para instituições que desenvolvem trabalho para este público”, disse.

TRABALHO INFANTIL - Railene Cunha Gomes, do Ministério do Trabalho, pediu atenção especial para as ações de combate ao trabalho infantil, iniciativas que fortaleçam o projeto jovem aprendiz, inclusão dos portadores de deficiência e a destinação de recursos no orçamento para a educação e saúde.

A promotora de Justiça Alexandra Beurlen destacou que a audiência representa o começo da discussão para o Orçamento do ano que vem. “É importante assegurar que de fato a prioridade absoluta que está na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente e que é repetida pelo Artigo 24 da LDO, seja garantida”, afirmou.

Outros dirigentes de entidades também se pronunciaram em defesa das minorias, dos portadores de doenças raras e dos deficientes físicos. Todas as demandas foram registradas e serão analisadas pelos vereadores, a quem competem as emendas à LDO.

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