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Retorno

Audiência pública na Câmara de Maceió discute volta às aulas com segurança

Convocação foi feita pelo presidente da Comissão de Educação da CMM vereador João Catunda

Dicom/CMM

sexta, 04 de fevereiro de 2022 às 12h28

Dicom/CMM

A Câmara de Vereadores de Maceió, discutiu em audiência pública a "Volta às aulas segura" proposta pelo presidente da Comissão de Educação, vereador João Catunda (PSD). Segundo explicou já são dois anos em que a área foi duramente afetada com aulas remotas, professores e alunos desconectados com o processo de ensino e aprendizagem sofrendo descontinuidade.

"Queremos saber sobre os avanços e retrocessos. A maior pandemia do mundo não pode ter uma solução para o retorno decidida entre quatro paredes. Temos continuado com nosso trabalho de fiscalização e diálogo com os envolvidos e são muitos os problemas que precisam ser resolvidos", disse Catunda.

Segundo o presidente do Conselho Municipal de Educação (Comed), Juliano Brito, após oito meses o órgão vem se rearticulando para acompanhar o retorno das aulas. Em sua avaliação é necessário que haja um diálogo articulado entre gestores, professores, pais e sociedade para garantir segurança.

"Não adianta retornarmos sem que haja segurança. Por isso o planejamento é fundamental. A vacinação dos estudantes é algo positivo e que os pais se sensibilizem para vacinar seus filhos, já que é importante que os professores também estejam vacinados. Já nas unidades é necessário que se mantenha o distanciamento e os protocolos de segurança", disse Juliano. 

 

Direitos

De acordo com a presidente da Associação dos Professores de Maceió, Fátima Romar, a entidade fez algumas fiscalizações e constatou que algumas unidades não têm condições de receber os alunos e os trabalhadores para o retorno das aulas no dia 14.

"Estamos aqui porque acreditamos  que com a fiscalização que é papel do vereador e nosso possamos contribuir para melhores condições de trabalho. Aprova de que ela é fundamental é que estivemos numa unidade e enquanto a rede elétrica estava caindo ela estava com o muro pintado como se estivesse tudo bem. Estamos aqui para cumprir um papel importante que é garantir os nossos direitos", destacou Fátima.

Integrante do Comed representando os pais, o líder comunitário Erivaldo Paulino (Comed)  e agradeceu a comissão de educação da casa pelo debate e enfatizou que há um problema que é a estrutura para o ensino, inclusive a falta de computadores. Conforme o contato com pais e alunos há uma deficiência na falta de equipamentos. 

“Temos um outro problema grave em nossa comunidade que é o acolhimento dos alunos do 6° ano e isso é grave porque temos notado muitas crianças da comunidade nas ruas”, revelou Paulino.

 

Sinteal

A ex-presidente do Comed e diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Jô Conceição, lembrou que a entidade desde o início se preocupou com a produtividade da categoria já que a nova realidade de aulas remotas exigia o uso maciço de tecnologia. A necessidade de uma estrutura para o trabalho. E por essa ausência, o aproveitamento das aulas ficou comprometido. Ela lembrou ainda que o problema não foi gerado pela falta de recursos, mas sim de planejamento.

 "Infelizmente se concluiu o ano de 2020 com a maioria dos alunos fora da sala de aula virtual. Os professores estavam prontos, mas o estudantes têm um nível econômico que não lhes permitia um acesso com computador ou celular para essas aulas virtuais. Até mesmo os professores também tiveram problemas porque os celulares não suportavam aplicativos com salas digitais. A gestão já está em seu segundo ano. Então, houve tempo suficiente para que essas dificuldades fossem corrigidas", disse Jô.

 

Semed

A secretária adjunta da Secretaria Municipal de Educação, Emília Caldas, defendeu que o retorno às aulas deveria ocorrer a partir de um diálogo entre o Ministério da Educação e também o da Saúde. Como não ocorre são os municípios quem estão tendo que definir suas próprias estratégias. Sobre a estrutura reconheceu que ainda existem problemas, porém que na rede há unidades com melhores condições que escolas particulares.

“A ausência das aulas presenciais têm causado prejuízos, em especial para as crianças que tinham 7 anos na alfabetização, no início da pandemia, e agora estão com 9 anos e em alguns casos sem estarem alfabetizadas. Para as crianças menores, o desenvolvimento cognitivo e motor também foi prejudicado e ficou dependerem muito dos pais. Por mais que criássemos estratégias para garantir as aulas virtuais isso não foi suficiente. Em todo o país há um problema grande de conectividade”, justificou Emília.

Quanto a cobrança para reformas, há um impedimento legal para as que possuem prédios alugados. Uma outra realidade é a falta de terrenos públicos para novas construções. E, também, o problema de documentação de escolas que têm prédios próprios. Emília se queixou do que considera um excesso de pressão sobre a atual gestão municipal já que muitos desses problemas têm se mantido há décadas.

Ela revelou, ainda, que o Estado de Alagoas deixou de ofertar  o 6° ano e o município tem buscado prédios no tabuleiro e Village para atender a essa demanda.

Quanto a aquisição de equipamento já existe um processo para compra de notebooks para os professores e o processo para aquisição de tablets para estudantes está tramitando na agência reguladora do município. “Já em relação às escolas afetadas pela Braskem estão sendo feitas realocações e os processos estão em andamento para aquisição de novos prédios”, completou Emília.

A audiência também foi acompanhada de forma on-line pelas vereadoras Olívia Tenório (MDB) e Teca Nelma (PSDB). 

 

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