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Comissão vai acompanhar situação das feiras livres do Cidade Universitária

Durante audiência pública no Graciliano Ramos, proposta pelo vereador Luciano Marinho, comerciantes denunciaram falta de estrutura

Niviane Rodrigues

segunda, 03 de setembro de 2018 às 13h40

Dicom/CMM

A situação das feiras livres do bairro Cidade Universitária foi tema de audiência pública na manhã desta segunda-feira (3), na Associação Comunitária dos Moradores do Graciliano Ramos, parte alta da capital. O debate foi convocado pelo vereador Luciano Marinho (Podemos) e aprovado pelos demais parlamentares que compõem a Câmara Municipal de Maceió. Um dos pontos em discussão foi a possibilidade de transferência das feiras do Graciliano e do Village Campestre II, que os comerciantes rejeitam por entenderem que trará prejuízos. Ao final da audiência, ficou definido que representantes dos feirantes, acompanhados do vereador Luciano Marinho e de dirigentes de órgãos públicos ligados ao setor, visitarão os locais de comercialização para acompanhar de perto a situação e tomar as medidas necessárias na tentativa de solucionar os problemas.

Os comerciantes denunciam a falta de estrutura e cobram do Poder Público municipal, investimentos, como limpeza, construção de banheiros e condições de comercialização. Além dos representantes dos feirantes e da comunidade, participaram do debate gestores públicos.

O vereador Luciano Marinho disse que decidiu realizar a audiência em função das inúmeras reclamações e reivindicações que recebeu tanto de quem compra como de quem comercializa. “A Câmara, através de mim, resolveu abrir essa discussão por meio desta audiência por entender que as feiras do Cidade Universitária são espaços que têm crescido e requer um ordenamento. Aqui no Graciliano são quase 300 feirantes, que comercializam sem nenhuma estrutura, sem um banheiro, um local adequado para estacionamento. Quem mora no entorno tem dificuldade de transitar”, afirmou ao destacar que “a feira é algo bom para a comunidade, para o bairro, mas é preciso que exista de forma ordenada”, disse.

DESORDENADA - Em seguida, a palavra foi facultada à população, aos dirigentes de associações e comerciantes. Várias foram as reclamações apresentadas e apelos feitos ao município. Rone Rodrigues, morador e liderança do Eustáquio Gomes, relatou que existe uma feira no bairro que, segundo ele, mesmo desorganizada oferece benefícios aos moradores, que podem comprar os produtos que precisam e aos comerciantes ela garante o sustento”. Porém, ele disse, falta ordenamento. “Como morador venho solicitar da prefeitura que compareça mais ao Eustáquio. A feira está desordenada e essa é uma situação é geral. Infelizmente muitos gestores não estão preocupados com as comunidades”, disse.

Luiz Félix, da Associação dos Feirantes do Novo Jardim, informou que a comunidade entregou há mais de 20 dias um projeto para construção de uma feira em um terreno de mais de 7 mil metros quadrados. “Em vez de analisar o projeto, foram lá e quebraram as barracas arbitrariamente”, reclamou.

Cícero Alves, presidente da Associação dos Moradores do Village Campestre II, afirmou ser “do conhecimento de todos que a feira do Village está uma verdadeira bagunça, passa moto, carroça por dentro. É preciso que a prefeitura faça o reordenamento”, disse. A fala dele foi reforçada pela do também comerciante Antonio Gomes, segundo o qual a feira do Village Campestre “é uma das mais antigas, tem uns 25 anos. A desorganização é generalizada. Todo ano se discute esse assunto. É preciso que se faça alguma coisa”, apelou.

Edvaldo Aurélio, presidente da Associação dos Moradores do Graciliano Ramos, lembrou que a luta da categoria é antiga. “Há muito tempo a gente vem lutando para que aquela feira não saia dali, que seja feita a padronização, que se organize. O Poder Público nos abandonou. A limpeza era feita toda segunda. Hoje é rezar para que o caminhão não quebre se não fica lá a sujeira. Também não temos segurança”, afirmou.

ORDENAMENTO - O coronel Adilson Bispo, representando a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social destacou a importância e necessidade da participação. Lembrou do ordenamento feito em outras áreas, como o Jacintinho. “Conseguimos avanços em situações históricas e de muita complexidade, como a rua Cleto Campelo, no Jacintinho. A secretaria nunca se furtou a ir a uma comunidade discutir seja o problema que for. Agora, alguém tem que ceder um pouco em nome da coletividade. Em todos os locais que passamos tivemos problema porque as pessoas não entendem isso”, afirmou.

Ele chamou a atenção para as questões legais. “Quando nos colocamos para organizar o espaço público tem uma série de questões legais que precisamos cumprir. Temos um só objetivo que é o interesse público. O direito de ir e vir. Vamos discutir e ver qual o interesse, juntamente com a comunidade, por isso a importância desse momento. O interesse público é que irá prevalecer”, ele disse.

Sávio Almeida, assessor técnico da Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), afirmou ser este o momento oportuno, “em que a prefeitura está com projeto de ordenamento das feiras. O município começou a desenvolver um modelo de barracas padronizadas para o Mercado da Produção e o Novo Jardim. Esse projeto democrático é bom para a gente entender a necessidade do povo, o ordenamento que vocês defendem. Mas, para isso, é preciso o esforço coletivo. Existem projetos de cada área, porém que demandam estudos técnicos”, informou.

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