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Em Audiência Pública, Agentes de Endemias cobram implantação de piso nacional da categoria

Vereador Francisco Sales diz que vai encaminhar ofício solicitando explicações ao Executivo

Assessoria

segunda, 02 de setembro de 2019 às 13h05

Dicom/CMM

Em audiência pública na Câmara Municipal de Maceió, na manhã desta segunda-feira (02), para discutir o piso salarial dos Agentes de Endemias na capital alagoana, o propositor da discussão, vereador Francisco Sales (PPL), afirmou que encaminhará à Prefeitura de Maceió um ofício solicitando explicações do município sobre a ausência do pagamento do piso salarial da categoria. A audiência lotou o Plenário Vereador Silvânio Barbosa.

Como primeiro resultado da discussão, a Defensoria Pública Estadual e o Ministério Público Estadual (MPE) anunciaram ingressar com ações judiciais contra o município, visando garantir o direito destes profissionais.  Desde janeiro deste ano, os Agentes de Endemias de Maceió lutam para que o piso salarial seja pago aos 767 profissionais que atuam diariamente nas ruas da cidade.

“Não consigo enxergar quando o nosso gestor entenderá o que é piso salarial, duramente conquistado por esta categoria que está nas ruas no combate a doenças e fundamental dentro do sistema de saúde. Queremos explicações da Prefeitura sobre onde e como esse recurso, que é federal, vem sendo aplicado e, principalmente, porque ainda não pagou o que é direito, já que esse dinheiro não causa impacto algum nos cofres do município”, disse Francisco Sales.

Atualmente o valor pago aos Agentes Endemias mensalmente em Maceió é de R$ 1.100,00, enquanto nos demais municípios alagoanos os profissionais recebem R$ 1.250,00, valor pago nacionalmente garantido pela lei federal 12.994/2014.

EXPLICAÇÃO PLAUSÍVEL - O presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde de Alagoas (Sindas), Maurício Sarmento, colocou que o direito dos trabalhadores está sendo negado em Maceió desde janeiro sem alguma explicação plausível por parte da Prefeitura. “Esse recurso é nosso e o município de Maceió está ficando com esse dinheiro. O gestor que não cumpre tem que ser punido com a lei”, destacou Sarmento ao explicar os recursos financeiros da União que são repassados para custear os vencimentos.

A abertura do Procedimento Administrativo pelo Ministério Público Estadual será no sentido de cobrar explicações do município quanto à demora em implantar o piso salarial e o descumprimento da Lei Federal. Segundo o promotor Paulo Henrique Prado, que representou o órgão na audiência, a saúde dos maceioenses depende do trabalho direto dos agentes de endemias e se torna indispensável à valorização da categoria.

Já o Defensor Público, Othoniel Pinheiro ressaltou que ingressará com um agravo junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) para recorrer da decisão que concedeu à Prefeitura o argumento ao direito dos agentes. “Não vamos recuar um centímetro e não é para ouvir a Prefeitura. Vamos reivindicar uma coisa que é obvia. E vamos fazer isso no próximo ano e até quando for preciso, pois isso é o salário base”.

A presidente do Conselho Nacional dos Agentes de Saúde, Ilda Angélica, lembrou que a Lei Federal que instituiu o piso salarial foi conquista muito dura dentro do Congresso Nacional em um ano em que o País passava por momentos difíceis financeira, política e moralmente. “Estou sendo chamada Brasil a fora para celebrar a implementação do piso, mas infelizmente aqui passamos por essa situação que é o não pagamento de um direito, que foi conquistado com muita luta. O Agente de Endemias conhece o perfil dos moradores de sua cidade e entendemos que não existe vitória se não houver luta.  Não será Maceió a única cidade a ficar sem pagar o piso no País. Vamos montar mobilizações até que haja mais essa conquista”, afirmou. 

 

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